Você deve ter visto em filmes americanos do tipo “fraternidade” grupos de jovens universitários jogando beer pong. O esporte, que consiste em acertar bolinhas dentro de copos de cerveja dos adversários, que então precisam beber todo o líquido do copo, teve seu primeiro campeonato “sério” em Curitiba neste sábado (30). A competição aconteceu no Red Light Burger & Beer, e a dupla vencedora (“Vidro Fumê”) levou para casa um troféu e uma garrafa de Jack Daniel’s.

Um dos dois sócios do bar, Syd Tavares, diz que a ideia da competição surgiu dos copos plásticos vermelhos, uma das marcas do bar, que tem decoração inspirada no distrito vermelho de Amsterdã, na Holanda. E a resposta do público foi positiva: as vagas para a competição foram esgotadas. “Teve até uma superlotação na lista, com gente ficando de fora”, conta Cid. No total, foram 32 duplas. Apesar do sucesso, ainda não existe definição sobre uma nova edição do campeonato.

O campeonato foi disputado em duplas, com gente que jogava beer pong entre amigos anteriormente ou, então, que descobriu o esporte ao saber do campeonato. O representante comercial Fabio Bozza nunca tinha disputado uma competição do jogo, que praticava com amigos. “Achei bacana, isso dá um up no bar, é uma coisa nova em Curitiba e reúne a galera”, diz. Bozza, que descobriu o evento através do Guia Gazeta do Povo, não conhecia o Red Light antes deste fim de semana.

Membro da primeira dupla rival da de Bozza, o também representante comercial Mauricio Boechat, é frequentador costumaz do bar, e também joga com os amigos. Gostou muito da ideia de competir, e também de conhecer gente nova em um evento do tipo. “Curitiba é um ovo: você conhece uma pessoa que, de repente, seu amigo já conhecia, e de repente, todo mundo fica amigo”, considera.

O esporte não é unicamente masculino: uma das mulheres que estavam inscritas, a psicóloga Bruna Valsézia competiu com a amiga, Ana Carolina Gimenez. Nunca tinha jogado beer pong, e quando descobriu sobre o campeonato, achou que era um bom programa para interagir com os amigos, um de seus objetivos. O principal deles? “Ah, vamos chegar à final, com certeza”, brincou.

Os sorteios e partidas estavam previstos para começar por volta das 17h30, mas acabaram atrasando por conta de uma falha de comunicação – o evento do Facebook informou erroneamente que o início era às 18h. Mesmo com o tempo chuvoso e frio de sábado, o bar ficou cheio, e todas as duplas que se inscreveram foram competir.

E as regras?

A lógica do beer pong é parecida com a de uma partida de bete: duas duplas competem entre si tentando atingir algo no campo do adversário. Se na brincadeira de rua o objetivo é levar abaixo a “casinha” dos oponentes, no beer pong a ideia é atingir os copos do adversário com as bolinhas.

Quando a bolinha cai direto dentro do copo, aquele copo é retirado da mesa, e seus donos têm que beber a cerveja dentro dele. Se a bolinha pingar na mesa antes de cair dentro do copo, dois copos são retirados do campo, mas neste caso, seus donos podem rebater a bolinha para fora antes que ela atinja o recipiente. Uma linha é desenhada no chão de cada lado da mesa, e quem vai jogar a bolinha não pode ultrapassá-la.

O beer pong é invenção de fraternidades da faculdade de Dartmouth, que fica no estado americano de Nova Hampshire. Criado entre os anos de 1950 e 1960, começou a se espalhar pelo país na década de 1980. Como um drinking game que pode levar a alguns excessos, chegou a sofrer uma caçada em algumas cidades dos Estados Unidos na década passada, que tentaram proibir a prática do jogo – mas não conseguiram. No Brasil são poucas as competições, e a maioria delas acontece em universidades país afora.