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Publicado em 04/06/2019
Cozinha afetiva japonesa ganha reduto no centro de Curitiba
Junto da cumbuca fumegante vem um suspiro. “É uma culinária nostálgica”, define Karla Keiko, sócia do Oidē Bar e Café. “Nosso foco é a cozinha japonesa caseira, que comíamos na casa das nossas batchans quando criança”, detalha Keiko, evocando as memórias à mesa da casa da avó. Aberto em 22 de maio, o Oidē funciona de quarta a sábado, das 12 às 23h, com serviço de almoço, cafeteria e izakaya.
Depois de seis meses em reforma, o imóvel que abrigava uma agência de turismo na Rua Brigadeiro Franco, no centro de Curitiba, reabre como um reduto da cozinha afetiva dos descendentes de japoneses. Sócios e companheiros, Keiko e Will Massami, planejaram um bar para ser um ponto de encontro e de reverência a quem veio antes. Além de servir refeições, o espaço receberá palestras, cursos e eventos – inclusive com e para batchans. A agenda está sendo montada.
O Oidē tem serviços diferentes de acordo com os horários. Das 12 às 15h é servido o almoço e até às 19h opera a cafeteria. Das 19h às 23h, entra em cena o cardápio do izakaya, com drinks autorais e porções para que o cliente combine os pratos conforme preferir. “É o conceito de teishoku, em que as pessoas pedem pratos para dividirem e provarem um pouco de cada”, explica Keiko.
Porções servidas no Oidē Bar e Café, a partir da esquerda: edamame com alho, futomaki e goya champuru (carne suína com melão de São Caetano). Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Um lugar, três cardápios
A cozinha é tocada pelos chefs Hiro Motoki e Jorge Mariano, que transformaram as memórias de Keiko e Will em pratos e incluíram novas combinações no cardápio.
Gohan com shiitake e cebola roxa refogados no dashi, ovo e conserva de gengibre, um dos almoços servidos na primeira semana de funcionamento do Oidē. Foto: Divulgação
O almoço (R$ 30, com opção vegetariana) é sempre servido em uma cumbuca com um acompanhamento, como missoshiro ou conserva de vegetais. Na primeira semana de funcionamento, os pratos foram karê (curry japonês), udon (macarrão) com caldo e tempurá, gohan (arroz) com carne, cebola e ovo ou com shiitake e cebola roxa refogados no dashi, ovo e conserva de gengibre (foto). Para beber, soda feita na casa e sabor do dia. A única bebida em lata vendida no Oidē é a cerveja Asahi.
Na cafeteria, apenas métodos analógicos, inclusive o espresso, feito na cafeteira paranaense Aram (R$ 10, 50 ml). Dos filtrados, o cliente pode escolher entre Hario V60, Kalita, Clever, Aeropress, French Press e cold brew (R$ 8, 250 ml). O grão vem do Cerrado mineiro e é produzido por Yuki Minami e torrado pela mestre de torra Fabíola Jungles, do Projeto Consolida.
Equipe do Oidē Bar e Café: Will Massami, Jorge Mariano, Lia Valença, Jaime Vasconcelos, Dayana Endo, Hiro Motoki e Karla Keiko. Foto: Lucas Costa/Divulgação
Para acompanhar o café, mochi, uma massa de arroz chapeada e servida com calda de shoyu e açúcar (R$ 8); choux cream, uma carolina recheada com creme de confeiteiro com matchá (R$ 8) ou manjū, massa recheada com doce de feijão (R$ 5).
À noite, o cardápio expande: são três entradas (R$ 12), três refogados (de R$ 20 a 30), dois grelhados (R$ 30 – 35), três combos de tempurá (R$ 25, servido com molho tsuyu, feito com shoyu e dashi), duas opções de espetinhos (R$ 28) e dois tipos de onigiri (R$ 10), temperados com furikake da casa (mistura de temperos com gergelim tostado, sal, açúcar, alga e togarashi, uma pimenta japonesa). A porção de gohan (arroz branco) sai por R$ 8. Quem quiser, pode usar hashi, disponível nas mesas. Ou, se preferir, pedir garfo, faca ou colher, sem julgamentos.
Futomaki, sushi que é clássico em reuniões de família. Leva ovo, pepino, cenoura e conserva de gengibre. Foto: Lucas Costa/Divulgação
Destaque para o futomaki (três unidades de sushi recheado com omelete, pepino, cenoura e conserva de gengibre) e conserva de bardana; ambos são entradas e custam R$ 12. Na esteira de pratos clássicos, também estão os tempurás, combinações de três ingredientes empanados e fritos. Para beliscar, porção de edamame refogado com alho (R$ 15).
A carta de drinks tem cinco autorais (de R$ 25 a R$ 35), criados pelo mixologista Will Massami com colaboração de José Augusto Swaiger, do Officina Restô Bar, como Umeboshi Martini, feito com licor de ameixa japonesa; e Sei Shonagon, servido em xícara de chá (shochu, purê de yuzu, mel e flor de laranjeira).
Come as you are
A configuração do salão, a decoração com objetos pessoais e históricos, a saudação a cada cliente que entra na casa e o desembaraço proposto para comer – em último caso, recomendam usar as mãos – são algumas das estratégias para tornar o lugar convidativo. É a tradução física do nome eloquente com que o café e bar foi batizado. Oidē é uma expressão da língua japonesa que pode ser traduzida como “venha!”.
Balcão do bar, um dos vários espaços compartilhados do estabelecimento. Foto: Lucas Costa/Divulgação
“O balcão do bar acho que será um dos lugares mais disputados por causa da experiência. Temos outro balcão, na janela, com vista para o lado de fora. Temos uma mesa compartilhada e mesas baixas, porque também queremos que as avós venham. É um espaço montado para que todos sejam bem acolhidos”, explica Keiko.
O acolhimento vai além do balcão e chega à loja, uma arara e prateleiras à direita do balcão do bar. “Como os primeiros japoneses a emigrar para o Brasil vieram para trabalhar na lavoura, especialmente no café, queremos servir sempre grãos de descendentes japoneses. E na loja, o trabalho de descendentes asiáticos ou de pessoas que tratam da temática”, explica Keiko. Por enquanto, a loja têm cerâmicas da EnTorno, camisas da Dion Ochner, saquês da Adega Sake e pochetes da Katsukazan.
A loja fica à direita do balcão do bar, com produtos feitos por descendentes de asiáticos ou com a temática. Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo
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