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Publicado em 10/01/2019
Curitiba tem endereço com o legítimo cachorro-quente prensado de Maringá
O Lanches Maringá é, possivelmente, o único lugar que serve cachorro-quente em Curitiba e não usa a palavra “vina” no cardápio. O trailer fica em um estacionamento em frente ao terminal Campina do Siqueira e serve o hot dog prensado à moda de Maringá, no interior do Paraná. O lugar abre todos os dias das 17h à meia-noite e o estilo do sanduíche ainda é pouco compreendido por parte dos curitibanos.
“Algumas pessoas não conseguem terminar de comer. Mas nunca perdi cliente por fazer um lanche que sobra”, gaba-se Alisson Castanheiro, dono do trailer. Ele cresceu em Maringá e, aos 18, mudou-se para Curitiba para estudar. Cursou Análise de Desenvolvimento de Dados e Engenharia Mecatrônica e, durante a faculdade, penava para explicar aos amigos sua insatisfação com os cachorros-quentes de Curitiba. “Eu tinha que pedir dois sanduíches sempre. E vinha pouco recheio”, diz.
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Maringaenses são famosos por defenderem com veemência que seu cachorro-quente é diferente dos demais. Algumas características são óbvias: o tamanho, a quantidade de recheio e os componentes do lanche. Nos dez cachorros-quentes criados por Alisson, nada de farofa, por exemplo. “E aqui é salsicha. Pelo menos nesse quadradinho aqui, é assim que a gente fala”, brinca.
São dez opções de cachorro-quente no cardápio, todos com nomes que fazem referências a pontos de referência de Maringá. O clássico é o Praça do Peladão (R$ 10), montado com uma salsicha no pão de leite com alface americana e tomate, que também tem a versão com duas salsichas – vamos usar o nome do ingrediente como os maringaenses – (Bosque 2, R$ 12). A composição é a base para todos os outros lanches, que podem ser acrescidos de frango chapeado e queijo (Chico Neto, R$ 18 – o cliente escolhe entre muçarela, requeijão cremoso, cheddar ou cream cheese), calabresa e bacon (Zona 7, R$ 15) e alcatra acebolada com muçarela (Catedral, R$ 22).
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A opção vegetariana é o Horto Florestal (R$ 15): pão prensado recheado de alface, tomate, rúcula, tomate seco, muçarela e ovo. Todos os lanches levam batata palha, maionese caseira e ketchup. O cliente tem a possibilidade de acrescentar mais de dez ingredientes ao cachorro-quente (de R$ 1 a R$ 8) e outros quatro ao hambúrguer (de R$ 2 a R$ 5).
Anatomia do prensadão maringaense
Tudo começa pelo pão. Deve ser alto, leve, mas firme, de maneira que não se despedace com a quantidade abissal de recheio. O pão usado por Alisson vem diretamente de Maringá, tem 20 centímetros de comprimento e pesa entre 160 e 200 gramas (ainda sem recheio). “Alguns lanches, com adicionais, pesam mais de 500 gramas facilmente”, relata.
O recheio deve ser distribuído uniformemente e com uma quantidade expressiva de cada ingrediente. “Se tiver adicional de bacon, tem de ter bacon em cada mordida”, defende Alisson. Nesta regra, também são excluídos alguns ingredientes que parecem padrão no cachorro-quente de Curitiba, como farofa e queijo.
A maionese sempre é feita pelo carrinho de cachorro-quente em Maringá, e no Lanches Maringá de Curitiba, não é diferente. Alisson e sua equipe preparam o molho todos os dias a partir de ovos, alho e cheiro verde. Quem quiser, também pode se servir de catchup e molho de pimenta — estes, comprados prontos.
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Mudança de planos
Alisson Castanheiro começou trabalhando em um carrinho de cachorro-quente que comprou pela internet em em maio de 2017, num ponto próximo à Praça da Ucrânia. A meta era juntar dinheiro e pagar as passagens de ida e volta para Israel, onde iria estudar e estagiar por seis meses na cozinha de um hotel. “Quando deu o prazo para ir, resolvi investir o que juntei no meu negócio e comprei o trailer”, relembra. Mudou de endereço em dezembro de 2017, quando se instalou no estacionamento em que está atualmente, com cinco mesas em uma área externa.
A mudança de endereço e infraestrutura também permitiu que incluísse o hambúrguer no cardápio, seu lanche mais pedido. O hambúrguer pesa 160 gramas e é preparado diariamente com fraldinha, montado em pão macio com muçarela, alface americana, tomate e molho da casa. “Quem vem pela primeira vez fica inseguro sobre o cachorro-quente e acaba pedindo hambúrguer. Mas depois que prova um dos cachorros-quentes, eles mudam de ideia”, conta.