Nós não deveríamos comentar sobre o “Clube da Luta”, esta é a regra de ouro. O ponto é que clássico filme de David Fincher, estrelado por Brad Pitt e Edward Norton, voltará aos cinemas 18 anos depois, em sessão única nesta terça-feira (28), às 20 horas, no Shopping Mueller.

A história apresenta Jack (Edward Norton), um jovem executivo que trabalha como investigador de seguros e está cada vez mais descontente com sua vida e a sociedade ao seu redor.

Para piorar, ele enfrenta uma terrível crise de insônia e começa a frequentar grupos de autoajuda. Nesses encontros conhece pessoas problemáticas, como a viciada Marla Singer (Helena Bonham Carter) e Tyler Durden (Brad Pitt).

Negando tudo, ele se junta com Tyler Durden para formar um clube de combate sem muitas regras. É o que ele precisava para provar que estava vivo. Se você não for atrás da sua humanidade, você vira estatística Tyler Durden.

A seguir, confira alguns motivos para assistir ao filme.

ALERTA: O CONTEÚDO ABAIXO CONTÉM SPOILERS.

Você pode assistir 5 vezes que sempre enxergará coisas diferentes

Quem é verdadeiramente fã do longa já deve ter lido por aí que o diretor David Fincher deixou pelo menos um copo Starbucks visível em cada cena do filme – mas isso é um mero detalhe perto do que pode ser visto cada vez que você assiste ao longa.

Tyler Durden aparece brevemente na tela quatro vezes antes de realmente o conhecermos como um personagem. E, em uma cena inicial do narrador, há um anúncio das Suítes Bridgeworth passando numa TV na frente dele.

Existem algumas teorias que circulam pela internet que também podem te fazer enlouquecer. Um exemplo? Galvin P. Chow publicou uma extensa teoria que mapeia como "Ed Norton interpreta o papel de Calvin (do Calvin e Haroldo) adulto”.

Começa com os quadrinhos clássicos, em que Calvin cria um amigo imaginário a partir de seu animal de pano, mas quando o menino chega à sétima série é obrigado a enfrentar a realidade e a "desimaginar" Haroldo. Calvin cresce e tenta esquecer seu melhor amigo, mas a dor e a amargura o transformam no miserável narrador, atacado pela insônia.

Tente descobrir quais personagens são reais, quais são imaginários

Tyler é uma invenção da imaginação do Narrador, mas e se Marla também for? Tyler nunca é abordado por ninguém sem a presença do narrador – o ponto é que praticamente o mesmo acontece com Marla. Será que tudo o que vemos são projeções do narrador – incluindo o final, quando os prédios desmoronam?

A vontade de ser o melhor de si mesmo

O conceito interessante do filme é que Brad Pitt e Edward Norton são a mesma pessoa. A diferença é que Tyler é a versão idealizada de Edward Norton. Pitt é tudo o que Edward Norton quer ser. Todos nós temos um Tyler Durden no nosso interior.

Parafraseando um dos momentos do filme: a única coisa que precisamos fazer é tomar mudanças radicais em nossas vidas. “Você precisa assumir a responsabilidade da sua própria vida. Não culpe os outros nem arranje desculpas externas para seu fracasso. Persiga seu sonho, siga em frente, aprenda com seus erros e faça coisas que realmente acredita, recusando a deixar que as outras pessoas ou convenções sociais dominem suas escolhas”.

Aceite o desejo: “Encontre uma pessoa do sexo oposto. Pare com a compra e a masturbação excessiva. Peça demissão. Comece uma luta. Prove que você está vivo”.

David Fincher

David Fincher é um tradutor, ele sabe como ninguém traduzir os sentimentos e as expressões do nosso cotidiano em seus filmes. Em suas produções tudo é equilibrado: fotografia, roteiro, edição e atuação. Fincher é o diretor que pega uma obra prévia e a traduz tanto em sentido quanto em forma. Sua confiança na composição de planos e a escolha de uma trilha que reflete o tom da trama ao invés de criá-lo. 

Pixies na veia

Talvez “Where Is My Mind”, de Pixies, seja a trilha sonora do fim de um dos filmes mais marcantes do cinema – sim, “Clube da Luta”. O filme é relembrado por seu final impactante, com desmoronamento de prédios, desejos e boa música. Você pode assistir a cena final em looping, é impossível se cansar.