
Só da ela: Linn da Quebrada, do BBB ao Vale Night
Chega aos cinemas nessa quinta, 17, a produção nacional Vale Night com Linn da Quebrada e grande elenco. Em Vale Night, um grupo de amigas ganha um Vale Night, o dia off que todo mundo espera pra sair e se divertir sem medo de ser feliz. Porém, as coisas não saem como previsto e aí está a graça da história.
Embora interessante, tem algo nesse filme que é maior que a própria trama, e é ela, Linn da Quebrada. Lina, como prefere ser chamada, está no elenco de Big Brother Brasil 22, sendo cotada como uma das finalistas. Afinal, o que ela tem?
Preta, periférica, transexual
Linn da Quebrada não gosta de definições. E está certa. Definições acabam reduzindo pessoas como se elas existissem apenas em determinado contexto. Como cercas em volta de um terreno. Entretanto, em suas próprias palavras, Linn se identifica como mulher preta, periférica, bicha, transexual, filha de empregada doméstica. Tudo isso e não apenas isso. Linn é complexa.
Em entrevista à revista digital Híbrida, Linn da Quebrada cita sua canção “Mulher” como metáfora de si mesma: um corpo em constante (des)construção.
Linn da Quebrada e câncer
Um dos momentos decisivos para que ela permitisse essa liberdade sobre sua imagem veio após vencer uma batalha contra um câncer.
“Foi um dos períodos que eu me aproximei mais do corpo e me percebi mortal. Vi que sou um corpo orgânico, que adoece e tem suas dificuldades. Foi então que saí dessa lógica superprodutiva e ‘útil’ ao sistema”, ela lembra.
Com apenas 31 anos, Linn já viveu muita coisa: abandonada pelo pai aos cinco anos de idade, criada por uma tia e pela mãe, uma faxineira alagoana extremamente religiosa (Testemunha de Jeová). Aos 14 anos Linn conseguiu seu primeiro emprego no salão de beleza de um cunhado. O local serviu como ponto de reflexão acerca de si mesma, sua identidade e demais questionamentos estéticos muito mais profundos do que imaginamos. Três anos mais tarde, aos 17, Linn fez sua primeira "montação"e também foi excluída da Igreja.
E eu sou uma exceção. A grande maioria das travestis não tem a possibilidade de trabalhar, de atuar, de ter dignidade na sociedade"

Linn nasceu na capital de São Paulo mas foi criada no interior. Daí vem o sotaque forte e "erre" característico que entregam a origem da cantora. Aos 31 anos, a cantora tem música gravada com Ney Matogrosso, Elza Soares, Glória Groove e outras composições autorais que narram sua história de vida, entre elas "Enviadescer", lançada em 2016.
Linn também é apresentadora do programa TransMissão, do Canal Brasil. No cinema, protagonizou o premiado documentário "Bixa Travesty", trama autobiográfica em que relata sua trajetória de enfrentamento ao machismo e diversas formas de transfobia. Com este projeto, conquistou o Teddy Awards de Melhor Documentário Estrangeiro, em Berlim. No trabalho e na vida, também é conhecida pelo ativismo social em favor das minorias.
Em 2019, estreou como atriz na série Segunda Chamada, da Globo, interpretando Natasha. Na ocasião Linn contracenou com Artur Aguiar, hoje seu companheiro no BBB. A convivência com Artur na casa serviu para passar a limpo uma situação da época de Segunda Chamada. Diferenças aparadas, hoje está tudo bem.
Fontes: Revista digital Híbrida | Instagram Linndaquebrada | Uol
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